A convite do Governo do Pará, Lula vai participar da COP27 no Egito, onde deve indicar ministro do Meio Ambiente

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Em viagem a Manaus, Lula visita floresta Amazônica (Foto:Ricardo Stuckert)
Convites para participação na conferência do clima da ONU vieram do governador do Pará, Hélder Barbalho, e da Presidência do Egito.

O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) decidiu participar da conferência sobre mudanças climáticas da ONU, a COP27, que acontece entre os dias 6 e 18 de novembro no Egito, decisão que foi bem recebida por ambientalistas após quatro anos de reveses. A expectativa é que o petista já chegue à conferência na cidade de Sharm el-Sheik, o primeiro grande evento internacional desde sua vitória, com o nome do indicado para comandar o Ministério do Meio Ambiente em seu governo.

O convite para a participação de Lula foi feito pelo governador do Pará, Hélder Barbalho (MDB). Houve também contato do governador do Amapá, Waldez Góes (PDT), que preside o Consórcio de Governadores da Amazônia Legal — grupo que reúne os nove líderes da região e terá pela primeira vez um estande no evento. Organizações da sociedade civil que terão um espaço próprio foram outro grupo que estendeu convites para o governo de transição.

Lula também foi convidado na própria segunda-feira pela Presidência do Egito, e se juntará a uma lista de peso internacional. O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, irá à conferência, assim como Giorgia Meloni, nova premier italiana, e o presidente da França, Emmanuel Macron. Não está claro, contudo, se todos estarão simultaneamente no evento.

Há uma cúpula para os líderes nos dois primeiros dias da COP27, mas Biden só irá ao Egito no dia 11, por exemplo. Segundo fontes ouvidas pelo GLOBO, o mais provável é que o petista faça a viagem na segunda semana da conferência devido às questões logísticas, orquestrando sua agenda com as dos governadores amazônicos — os cinco que confirmaram sua ida estarão lá simultaneamente entre os dias 14 e 15.

Aliados consideram natural que o petista já chegue à COP27 com o nome de seu ministro para apresentar ao mundo. Uma das citadas para assumir a pasta é a deputada federal eleita Marina Silva (Rede-SP), que foi ministra do Meio Ambiente nos dois primeiros governos de Lula. Ela também irá a conferência na segunda semana.

Lideranças petistas, porém, afirmam que seria mais provável que Marina fosse indicada para comandar a Autoridade Climática, instituição que irá coordenar a ação de vários ministérios na questão ambiental. A criação da autoridade foi uma das propostas apresentadas pela líder da Rede a Lula como condicionante para que ela declarasse apoio ao petista.

A decisão de Lula foi bem recebida por ambientalistas, que apontam para o bom cartão de visitas petista como um sinal de que as sinalizações petistas para a pauta ambiental não são palavras ao vento: entre 2004 e 2012, anos em que Lula e Dilma Rousseff estiveram no Palácio do Planalto, o desmate na Floresta Amazônica caiu 80%. Nos três primeiros anos de Bolsonaro, subiu 73%.

— O fato do Lula ir para a COP é uma demonstração da importância do tema climático para o governo petista e para retirar o Brasil da posição de pária — disse ao GLOBO Ana Toni, diretora executiva do Instituto Clima e Sociedade. — Além disso, ele certamente deve pautar o tema de transição justa, de assegurar que os temas de clima e desenvolvimento caminhem colados uns aos outros (…). A ida dele para a COP também dá esse tom: o Brasil está de volta, o desmate vai acabar, mas trazendo junto o combate à pobreza.

Governo de transição x governo de saída

Se o governo de Jair Bolsonaro chegou às últimas duas COPs como pária internacional, a decisão de Lula deve renegar ainda mais a gestão cessante ao lugar de pato manco. O governo busca driblar o desmate e as emissões recordes de gases-estufa na COP, aproveitando-se da crise energética desencadeada pela guerra na Ucrânia para promover o país como um expoente da energia limpa — apesar de retrocessos que poluíram a matriz brasileira nos últimos anos.

O MMA planeja um megaestande em parceria com as Confederações Nacionais da Indústria e da Agricultura, a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos e o Sebrae. A instalação ficará bem em frente ao espaço dos governadores na Zona Azul — a área onde ocorrem as negociações entre os países — e perto do lugar onde ficarão as organizações da sociedade civil.

— Ninguém vai prestar atenção nos representantes oficiais do governo do Brasil — disse o climatologista Carlos Nobre, um dos maiores especialistas globais sobre Amazônia. — Talvez só alguns queiram ir lá para perguntar como a bancada do novo Congresso, com muitos defensores do governo atual, vai se manifestar com relação aos compromissos do Brasil com a mudança climática.

Para Nobre, os primeiros sinais dados por Lula em sua fala minutos após o Tribunal Supremo Eleitoral confirmar sua vitória foram positivos: o Brasil está “pronto para retomar seu protagonismo na luta contra a crise climática”, disse Lula, sinalizando promessas de reindustrialização, a criação de um ministério para os povos originários e o desmate zero:

— É a primeira vez que um presidente diz que irá levar o desmatamento a zero. Não diminui-lo, mas zerá-lo. Isso vai criar uma nova economia na Amazônia de floresta em pé, vai proteger as comunidades locais e os povos indígenas, dar um protagonismo do combate à emergência climática.

Por:Jornal Folha do Progresso em 01/11/2022/15:13:54 com informações de O Globo

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