Ministro visita RO e faz reunião com madeireiros duas semanas após caminhão do Ibama ser incendiado

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Ministro do Meio Ambiente está acompanhado de governador Marcos Rocha. Em encontro, Salles diz que vai avaliar pedidos para retorno das atividades madeireiras.

Ministro Ricardo Salles e governador de Rondônia, Marcos Rocha, em visita a Espigão — Foto: Magda Oliveira/G1

O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, visitou Espigão D’Oeste (RO) nesta quarta-feira (17) e se reuniu com madeiros no fim da manhã para ouvir as reivindicações da categoria. A visita ao estado acontece 13 dias depois de um caminhão do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama) ser incendiado durante uma operação. O governador do estado, Marcos Rocha (PSL), acompanhou o ministro.

No encontro com os madeireiros no Centro Cultural de Espigão, o ministro Ricardo Salles disse reconhecer a importância da produção madeireira no estado e os órgãos fiscalizadores irão avaliar os pedidos feitos pela categoria.

Desde a operação do Ibama em Espigão em 4 de julho, mais de 70 empresas foram proibidas de continuar com a produção madeireira na região.

    “A visita a Rondônia é acompanhada do Ibama, que vai aproveitar para rever a questão dos documentos de empresas da região. Nossa vontade é de um bom diálogo entre o setor produtivo e a fiscalização”, diz.

Em discurso, Salles disse não acreditar que os madeireiros tenham incendiado o caminhão do Ibama. Para ele, o ataque partiu de criminosos e não podem ser associados com quem é trabalhador do setor madeireiro.

 Ministro Ricardo Salles em visita em madeireira de Espigão — Foto: Magda Oliveira/G1

Ministro Ricardo Salles em visita em madeireira de Espigão — Foto: Magda Oliveira/G1

O primeiro passo após essa visita, segundo Salles, é saber como vivem as famílias da cadeia florestal na região de Espigão D’Oeste.

“Nós temos aqui milhares de pessoas que vivem dessas atividades e não podem ter suas necessidades imploradas. Do outro lado existem normas, que podem ser revisadas. Isso é um processo a ser feito”, afirma.

‘Visita surpresa’

A visita de Salles a Rondônia não havia sido divulgada na agenda oficial do Ministério de Meio Ambiente. Ele chegou ao estado de “surpresa”.

No começo da manhã, e de forma sigilosa, o ministro sobrevoou a área de Reserva Indígena Roosevelt no distrito de Pacarana. Neste voo, o ministro afirma que viu uma área de garimpo clandestino, operado por indígenas interessados em explorar a área de reserva de forma legalizada. “Os próprios índios já manifestaram interesse em explorar seus recursos naturais”, ressalta.

Em coletiva de imprensa, Salles explicou o motivo da visita ao estado. “Nós temos recebido pelo governo do estado, pela bancada federal, pelo setor produtivo e também entidades, uma série de demandas para revisar, para olhar como são os procedimentos de inicialização e regramento desse trabalho de manejo florestal”, disse.

Enquanto o voo era feito pelo ministro, dezenas de madeireiros se concentraram na frente do Centro Cultural de Espigão e ficaram esperando por uma reunião com Salles.

Um forte esquema de segurança foi montado na cidade, e praticamente todas as lojas fecharam por causa da movimentação nas ruas.

Ao longo do dia, Salles ainda deve fazer mais visitas a madeireiras de Espigão que estão impedidas de comercializarem madeiras.

Incêndio em caminhão

O incêndio no caminhão-tanque do Ibama aconteceu no distrito de Boa Vista do Pacarana, do município de Espigão D’Oeste (RO). A região onde ocorreu o incêndio fica próxima à Reserva Indígena Roosevelt.

A Polícia Federal acredita que o incêndio tenha sido causado por “batedores”, ou seja, pessoas que trabalham para madeireiros atuantes na região. Eles bloquearam a passagem do caminhão-tanque e renderam o motorista.

Um vídeo feito na época mostra o caminhão pegando fogo e as chamas intensas alimentadas pelo combustível que estava sendo transportado .

Região sobrevoada pelo ministro — Foto: Reprodução/Google Earth
Região sobrevoada pelo ministro — Foto: Reprodução/Google Earth

O que dizem os indígenas sobre explorar a reserva?

Para o representante dos indígenas na região, Marcelo Cinta Larga, a melhor forma de evitar os conflitos e minimizar os prejuízos causados pela extração ilegal de madeira é legalizar a prática.

“Esperamos que a vinda do ministro e demais autoridades traga soluções a essa situação que vem ocorrendo há vários anos. Sabemos que espigão é um município pequeno e que só sobrevive pelos esforços dos madeireiros e mineradores. Com essa legalização, esperamos também que os trabalhadores parem de perder os instrumentos de trabalho”, ressaltou Marcelo após a visita de Ricardo Salles.

Associação dos madeireiros

O presidente da Associação dos Madeireiros na região de Espigão, Cássio Barden, esteve com o ministro em uma reunião realizada em Cacoal, onde pôde fazer pessoalmente a principal reivindicação da categoria: liberar as empresas para que possam trabalhar.

“O ministro veio com sensibilidade para ver como trabalhamos. Descriminamos atos criminosos e pedimos que ele nos dê a chance de desbloquear nossas empresas e que possamos ter condições de ajustar, pois de outra forma teremos que fechar as portas e demitir funcionários”, afirmou.

Madeireira visitada pelo ministro em Espigão — Foto: Magda Oliveira/G1
Madeireira visitada pelo ministro em Espigão — Foto: Magda Oliveira/G1

Márcio Alan de Jesus trabalha na cidade como borracheiro. Segundo ele, desde o bloqueio das empresas o movimento caiu.

“Nossa cidade vive da madeira. Com essa paralisação, todos são prejudicados. No meu caso, sem o trabalho dos madeireiros os carros baixos também diminuem a circulação e o meu movimento também cai”, reclamou.

Por Magda Oliveira e Jonatas Boni, G1 Cacoal e Zona da Mata

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Madeiras em Espigão — Foto: Magda Oliveira/G1
Madeiras em Espigão — Foto: Magda Oliveira/G1

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