Rússia lança o maior ataque aéreo da guerra contra a Ucrânia e mata pelo menos 12 após troca de prisioneiros

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Guga Chacra, de Beirute a NY/ Bombeiros trabalhando em um incêndio após o ataque com mísseis russos em Kiev — Foto:Reprodução O Globo/ AFP)

A Rússia lançou, na madrugada deste domingo, o maior bombardeio com drones e mísseis da guerra contra a Ucrânia, matando pelo menos 12 pessoas e ferindo dezenas em horas de ataques a cidades e vilarejos por todo o país, disseram autoridades ucranianas. O ataque ocorreu mesmo com a realização da maior troca de prisioneiros da guerra — um raro momento de cooperação entre ambas as nações. Outros 307 detidos de cada lado foram trocados perto da fronteira norte da Ucrânia com Belarus, segundo o Ministério da Defesa russo, marcando a fase final da troca de mil prisioneiros de cada lado.

Foi o segundo ataque em larga escala em duas noites consecutivas, parte de uma escalada mais ampla por parte da Rússia nos últimos meses que tem levado a um aumento no número de vítimas civis, mesmo com a administração Trump pressionando por um cessar-fogo. A Ucrânia também intensificou seus próprios ataques aéreos contra o território russo, embora em menor escala. Moscou afirmou ter interceptado ou destruído cerca de 100 drones de ataque.

A Força Aérea da Ucrânia afirmou que a Rússia lançou 367 armamentos aéreos — 69 mísseis e 298 drones — em 22 localidades, acrescentando que cerca de dois terços dos mísseis e quase todos os drones foram abatidos. O porta-voz da Força Aérea, Yuriy Ihnat, disse em entrevista que foi o maior bombardeio da guerra em termos de número de armas utilizadas. O ataque anterior mais intenso havia ocorrido no fim de semana anterior, quando a Rússia lançou 273 drones.

Imagens e vídeos divulgados pelos serviços de emergência da Ucrânia indicam a dimensão da devastação na manhã de domingo. Eles mostraram bombeiros lançando água sobre um prédio residencial na cidade de Mykolaiv, no sul do país, cujo telhado havia sido destruído, com vigas quebradas apontando para o céu como costelas partidas.

Na região de Kiev, socorristas caminhavam por uma rua onde as casas dos dois lados estavam consumidas pelo fogo, e os escombros cobriam a calçada. Em Zhytomyr, no oeste, fotos mostraram equipes de resgate retirando os corpos de três crianças de casas reduzidas a escombros.

Além das vítimas em Zhytomyr, quatro pessoas morreram na capital, outras quatro na região de Khmelnytsky, no oeste, e uma em Mykolaiv, de acordo com autoridades locais. Ihor Klymenko, ministro do Interior da Ucrânia, disse que um total de 13 regiões foram atacadas e que mais de 60 pessoas ficaram feridas. Ele acrescentou que mais de 80 edifícios residenciais foram danificados.

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, que acusa o Kremlin de ganhar tempo nas negociações de paz, citou os ataques como mais uma prova de que “a Rússia está prolongando esta guerra e continua matando todos os dias.” Em uma publicação nas redes sociais, ele pediu maior pressão sobre seu homólogo russo, Vladimir Putin.

“O mundo pode tirar uma folga no fim de semana, mas a guerra continua, seja fim de semana ou dia útil”, escreveu Zelensky. “Isso não pode ser ignorado. O silêncio dos Estados Unidos, o silêncio dos outros ao redor do mundo apenas encoraja Putin. Sem uma pressão realmente forte sobre a liderança russa, essa brutalidade não pode ser detida.”

Havia esperança na Ucrânia de que as negociações de cessar-fogo iniciadas pelo presidente Trump em fevereiro ao menos reduzissem os ataques aéreos contra áreas civis. Em vez disso, a violência aumentou. As mortes de civis ucranianos têm subido mês a mês desde fevereiro, segundo as Nações Unidas, chegando a 209 em abril — um dos maiores totais mensais dos últimos dois anos.

A Rússia parece estar intensificando os ataques contra áreas urbanas. No mês passado, um ataque próximo a um parquinho e outro em um centro urbano lotado mataram 53 civis, incluindo várias crianças.

Ciclo de ofensivas

*Os ataques indicam um ciclo crescente de ofensivas aéreas. Ambos os lados aumentaram significativamente a produção de drones e agora são capazes de lançar centenas deles em uma única noite — algo impensável no primeiro ano da guerra. Eles também seguem aprimorando suas capacidades, ampliando alcance e carga explosiva. Ataques com enxames de drones geralmente são planejados para sobrecarregar as defesas aéreas do inimigo, abrindo caminho para ofensivas bem-sucedidas.

Poucos em Kiev acreditam que a Rússia esteja disposta a encerrar a guerra. As forças russas retomaram operações ofensivas no leste da Ucrânia, avançando por uma importante rodovia que conecta cidades ucranianas sob controle e que sustentam as defesas da região. E, durante as negociações da semana passada na Turquia, insistiu que qualquer cessar-fogo só poderia começar com a retirada das forças ucranianas dos territórios que ainda controlam — algo inaceitável para os ucranianos.
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Embora não seja possível afirmar com precisão todos os armamentos utilizados por Kiev, analistas já identificaram veículos de infantaria blindados Bradley, dos Estados Unidos, e Marder, da Alemanha; países apoiaram incursão ucraniana no território russo

Após uma ligação telefônica com Putin, Trump afirmou no início da semana que Moscou e Kiev começariam “imediatamente” a negociar um cessar-fogo e o fim da guerra. Desde então, Zelensky acusou seu homólogo russo de “tentar ganhar tempo” para continuar a guerra. O Kremlin tem resistido a uma paralisação temporária das hostilidades, e Putin afirmou que qualquer trégua deveria vir acompanhada da suspensão do envio de armas ocidentais à Ucrânia.

Putin há muito exige, como condição-chave para um acordo de paz, que a Ucrânia retire suas tropas das quatro regiões que a Rússia anexou em setembro de 2022, mas que nunca controlou totalmente. Zelensky, por outro lado, alertou que, se a Rússia continuar rejeitando um cessar-fogo e apresentando o que chamou de “exigências irreais”, isso sinalizará uma tentativa deliberada de prolongar a guerra — algo que, segundo ele, deveria levar a sanções internacionais mais severas.

Fonte:O Globo/Com Bloomberg e New York Times/Jornal Folha do Progresso  e Publicado Por: Jornal Folha do Progresso em 25/05/2025/06:07:54

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