Mas afinal, o que é essa exploração na Margem Equatorial
A Margem Equatorial é a nova fronteira de exploração de petróleo e gás no Brasil, concentrando futuros investimentos da Petrobras Imagem: Divulgação
A Margem Equatorial é a nova fronteira de exploração de petróleo e gás no Brasil, concentrando futuros investimentos da Petrobras.
A Margem Equatorial é a nova fronteira de exploração de petróleo e gás no Brasil, concentrando a maior parte dos futuros investimentos da Petrobras na área. A região, que se estende por mais de 2.200 km ao longo da costa norte do país, do Amapá ao Rio Grande do Norte, tem potencial para ser o “novo pré-sal” brasileiro.
No início desta semana, a Petrobrás foi autorizada a iniciar a perfuração de um poço exploratório, localizado em águas profundas do Amapá, a 500km da foz do Rio Amazonas e a 175km da costa, na Margem Equatorial brasileira. A discussão sobre o licenciamento ambiental se estende desde 2020.
A Margem Equatorial corresponde à extensa faixa costeira-marinha que engloba áreas marítimas profundas. Dentro dessa faixa estão cinco grandes bacias sedimentares: Bacia da Foz do Amazonas; Bacia Pará‑Maranhão; Bacia de Barreirinhas; Bacia do Ceará; e Bacia Potiguar.
Mas o que são as bacias sedimentares? Elas são depressões na crosta terrestre que acumulam sedimentos ao longo de milhões de anos, formando camadas de rochas sedimentares. Essas áreas são geralmente grandes reservatórios de recursos naturais, como petróleo e gás natural.
A região tem atraído a atenção global devido às recentes descobertas de petróleo em países vizinhos como Guiana, Suriname e Guiana Francesa, que compartilham características geológicas com a Margem Equatorial brasileira.
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O PASSO A PASSO DA EXPLORAÇÃO NA MARGEM EQUATORIAL
O processo de exploração de petróleo é complexo e envolve uma série de etapas cruciais antes da perfuração do primeiro poço. O primeiro passo já foi realizado ao longo dos anos, o que permitiu que a Petrobrás fosse autorizada a realizar a fase de perfuração de poços exploratórios.
A etapa anterior consistiu na fase de estudos e prospecção, que é a análise de dados sobre as bacias sedimentares.
A busca por petróleo começa com geólogos que usam tecnologia avançada para analisar a geologia e a história das rochas abaixo da superfície. Em seguida vem a fase de sondagens sísmicas em 2D e 3D, que são realizadas para criar imagens detalhadas das formações rochosas no subsolo, permitindo identificar possíveis locais com reservatórios de petróleo.
Na sequência vem a etapa dos estudos de viabilidade, que, após concluídas as informações sísmicas, passam a ser elaborados relatórios com estudos técnicos, econômicos e ambientais para avaliar se a exploração é viável.
Confirmada a viabilidade começa a fase mais delicada do processo: a análise ambiental, etapa que é ponto de atenção especial na Margem Equatorial, pois a região abriga ecossistemas sensíveis, incluindo vastas áreas de manguezais.
Com todas essas informações concluídas, o Ibama foi responsável por emitir as licenças necessárias para a exploração.
PERFURAÇÃO DE POÇOS EXPLORATÓRIOS
Com a confirmação do reservatório – com os estudos indicando que a exploração vale a pena, são perfurados poços exploratórios para confirmar se há petróleo e gás na área.
O primeiro passo é a coleta de amostras: o fluido de perfuração que será feito pela sonda traz amostras de rochas e hidrocarbonetos do subsolo, que são analisadas para determinar a qualidade, o volume e o tipo do reservatório.
Feito isso, vem a nova fase, a de avaliação da descoberta. É nesta fase que se conclui a viabilidade da produção: e o poço exploratório encontrar petróleo, a empresa faz uma análise mais detalhada para decidir se a produção é economicamente viável.
Na sequência faz-se a análise sobre o investimento na produção: Se a viabilidade for confirmada, são perfurados mais poços de desenvolvimento para iniciar a extração do petróleo.
DESAFIOS E POLÊMICAS
A exploração na Margem Equatorial é cercada de debates, especialmente por preocupações ambientais. Organizações como a WWF alertam para os riscos de derramamentos de óleo e destacam que as correntes marítimas na foz do rio Amazonas poderiam dificultar a resposta a acidentes.
Em contrapartida, a exploração na região pode representar uma nova era para o Brasil, com potencial para dobrar as reservas de petróleo e gerar empregos. A Petrobras, por exemplo, obteve licença do Ibama para perfurar poço exploratório na Bacia da Foz do Amazonas após estudos e simulações para garantir a segurança das operações
Em termos práticos: a região é considerada o “alto-mar” norte-nordeste do Brasil, em águas cada vez mais profundas e longe da costa, em comparação com as bacias tradicionais. A Bacia Pará-Maranhão está nesta lógica, o que significa que parte da costa paraense, ou pelo menos seu entorno marítimo/logístico, pode se inserir no “enjambre” da Margem Equatorial.
O que se espera é que a nova “fronteira offshore” no Atlântico Norte do Brasil — entre Amapá e Rio Grande do Norte, abrangendo cinco bacias profundas. Mas ainda há etapas a serem vencidas, como Estudos Ambientais, Plano de Emergência, simulações — ou seja: entrar no mar para perfurar não significa produção imediata.
A Academia Brasileira de Ciências (ABC) produziu relatório dizendo que é “legítimo” explorar, desde que haja controle e responsabilidade. Portanto, o Brasil está no estágio de “autorização para explorar/perfurar” — não ainda de “produção comercial ativa em grande escala”.
As estimativas são robustas e históricas, por isso a analogia ao “novo pré-sal”. Por exemplo: segundo a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) / ANP, o volume total de óleo e gás “in sitú” na Margem Equatorial pode chegar a 30 bilhões de barris de óleo equivalente. Um estudo citou que a fronteira poderia atrair US$ 56 bilhões em investimentos. Estimativas específicas: o bloco FZA-M-059 sozinho poderia conter 5,6 bilhões de barris recuperáveis — o que seria um salto de 34 % nas reservas do Brasil.
O argumento estratégico da Petrobras é de que, sem essa frente – Margem Equatorial – o Brasil pode perder a autossuficiência de petróleo por volta de 2032.
Em termos práticos: se tudo der certo, estamos falando de algo grande — reservas enormes, infraestrutura pesada, cadeia de valor (emprego, tecnologia, logística) — imagina-se que seja uma nova era “offshore ultra-profunda” no Brasil.
QUANDO PODE COMEÇAR ESSA SONDAGEM / PRODUÇÃO?
Já está em curso: a autorização da IBAMA permite a perfuração exploratória para confirmar a existência de petróleo e gás. A sonda da Petrobras chegou ao local e a perfuração “está prevista para começar imediatamente, com duração estimada de 5 meses” para esse trecho inicial.
Mas a produção comercial é outra história, e o processo de perfuração exploratória e o início da produção devem levar entre 7 a 10 anos. Portanto há nesta fase uma janela de médio prazo — sondagens e estudos já em andamento, mas extração em escala comercial (se for viável) só daqui a vários anos.
Várias exigências ambientais, simulações de resposta a vazamentos, licença, entre outras etapas, chamadas de “simulação de três a quatro dias” foi citada como teste obrigatório.
Resumo cronológico:
2025: autorização + sondagem exploratória inicial.
2025-2030: período de confirmação, avaliando se o “petróleo está ali mesmo” e se é economicamente viável.
2030-2035 (ou mais): produção comercial, se for aprovada e viável.
ONDE O PARÁ SE INSERE NESSA HISTÓRIA?
Embora o Pará não apareça sempre com destaque quanto ao Amapá, nem sempre com o “bloco principal”, parte da região marítima sob influência paraense se conecta à faixa da Margem Equatorial — via Bacia Pará-Maranhão, e via logística costeira, portuária, suporte, cadeia de serviços offshore.
Isso significa que o Pará pode se beneficiar de: empregos em serviços de offshore/agrupamento/logística; investimentos em infraestrutura portuária, apoio marítimo, helicópteros, estaleiros; royalties, receitas futuras se houver produção com base sob sua jurisdição ou litoral. É inevitável que o Pará se conecte a essa “nova era offshore”.
Fonte: Diário do Pará e Republicado Por: Jornal Folha do Progresso em 22/10/2025/10:51:19
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