Pescadores da Ilha de São Miguel salvam pirarucus ameaçados pela seca na várzea de Santarém.
(Foto: Reprodução) – Centenas de peixes que estavam em uma área seca do Lago do Paraná já foram retirados para outros pontos onde ainda tem água
Em meio à crise ambiental que assola as áreas de várzea em Santarém, no oeste do Pará, pescadores da Ilha de São Miguel, nos limites dos municípios de Santarém e Alenquer, estão protagonizando um esforço exemplar para salvar uma das espécies mais emblemáticas da Amazônia: o pirarucu. A seca severa que afeta rios, lagos e igarapés na região tem provocado a morte de toneladas de peixes, mas a mobilização da comunidade local está fazendo a diferença.
A Ilha de São Miguel, localizada na região do Rio Amazonas, é historicamente marcada pela resistência de pescadores contra a pesca predatória. Agora, além de combater a pesca ilegal, os comunitários enfrentam uma nova ameaça: a drástica redução dos níveis de água e o aumento das temperaturas, que tornam os ambientes aquáticos inóspitos para diversas espécies.
Diante desse cenário, pescadores estão organizando mutirões para transferir pirarucus de áreas secas e com baixa concentração de oxigênio para lagos e canais onde ainda há condições mínimas para a sobrevivência dos peixes.
Segundo a pescadora Delcilane Pereira Costa, centenas de peixes que estavam em uma área seca do Lago do Paraná já foram retirados para outros pontos onde ainda tem água. Desde que a crise hídrica se alastrou pela região, o resgate das espécies tem sido feito diariamente. Um trabalho que envolve várias pessoas e todas com um propósito: proteger o ‘Gigante da Amazônia’.
Ela conta que os pirarucus resgatados são espécies de manejos e para onde eles estão sendo levados, não correm mais risco. “Esse trabalho começou neste mês. O lago tem alguns pontos muito secos e aí, os animais estavam praticamente na lama. A comunidade se reuniu para fazer o resgate deles para outro ponto mais fundo”, contou ao Portal OESTADONET.
Deucilane e o marido são voluntários nesta ação que está ajudando a preservar centenas de pirarucus da ação imprevisível da natureza.
“O pirarucu é mais do que um símbolo da Amazônia. Ele é vital para o equilíbrio do ecossistema e para a subsistência das famílias ribeirinhas. Não podíamos ficar de braços cruzados enquanto eles morriam”, pontua a pescadora.
A estiagem extrema já resultou na morte de toneladas de peixes em comunidades vizinhas, como no Igarapé do Costa, onde imagens chocantes mostram milhares de peixes de diversas espécies mortos em leitos secos.
Além do impacto ecológico, a situação preocupa as comunidades locais que dependem da pesca para alimentação e sustento.
A redução drástica do nível das águas em rios, lagos e igarapés tem sido um dos fatores predominantes para a mortandade de peixes. As altas temperaturas, que tornam a água imprópria para a vida aquática, também tem um peso negativo nesse cenário desolador.
A Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semma) está monitorando as áreas mais afetadas pela estiagem. Técnicos têm coletado amostras de peixes mortos para análises e orientado os comunitários sobre os procedimentos adequados para lidar com a mortandade em massa.
Apesar da gravidade da situação, a mobilização dos pescadores da Ilha de São Miguel traz esperança. A união da comunidade é um exemplo de como o conhecimento tradicional e a solidariedade podem contribuir para preservar espécies fundamentais para o ecossistema e a cultura da Amazônia.
Embora haja expectativa de chuvas para aliviar a situação, a previsão climática indica que a normalização dos níveis de água pode demorar. Até lá, iniciativas como a dos pescadores de São Miguel continuam sendo essenciais para minimizar as perdas ambientais e sociais.
Fonte: Portal OESTADONET e Publicado Por: Jornal Folha do Progresso em 28/11/2024/15:56:00
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