Justiça pode determinar novas eleições em Palestina do Pará

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Foto: Reprodução | A disputa, vencida por uma diferença de apenas 65 votos, tem como alvo central o prefeito eleito Marcio Folha (PP).

A eleição municipal de 2024 em Palestina do Pará, município localizado na região sudeste do estado, poderá ser anulada após uma série de denúncias envolvendo contratações irregulares, aumento expressivo de gastos públicos e suspeitas de caixa dois. A disputa, vencida por uma diferença de apenas 65 votos, tem como alvo central o prefeito eleito Marcio Folha (PP), acusado de ter se beneficiado indevidamente da estrutura pública municipal para influenciar o pleito.

A principal denúncia, formalizada por meio de uma Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE) movida pela coligação adversária, aponta para a contratação de mais de 100 servidores temporários em ano eleitoral, sem processo seletivo e com indícios de motivação política. Segundo o processo, essas admissões foram autorizadas pelo então prefeito Cláudio da Tetê (PSDB), aliado direto de Marcio Folha. Ainda conforme a acusação, embora um concurso público tenha sido realizado em 2024, nenhum dos aprovados foi convocado.

Ex-prefeito Cláudio Tetê | Foto: Reprodução
Ex-prefeito Cláudio Tetê | Foto: Reprodução

Dados apresentados no processo mostram que a folha de pagamento da prefeitura saltou de R$ 16,3 milhões em 2023 para R$ 19,1 milhões em 2024 — um aumento de 17,5% sem justificativa relacionada à ampliação de serviços públicos. “A prefeitura é a maior empregadora da cidade. Cláudio usou isso como moeda de troca eleitoral”, relatou um dos denunciantes.

Números de contratações em 2024 | Foto: Reprodução
Números de contratações em 2024 | Foto: Reprodução

Outra frente de apuração envolve a prestação de contas da campanha de Marcio Folha (PP). Imagens e vídeos anexados ao processo mostram eventos com grande estrutura, como palcos, drones, iluminação cênica e o uso de pelo menos seis ônibus e dezenas de veículos para transporte de apoiadores. No entanto, na declaração oficial entregue à Justiça Eleitoral, o então candidato declarou apenas um ônibus e um carro de passeio alugados por 19 dias, ao custo de R$ 5 mil. A defesa afirma que os demais veículos teriam sido custeados por apoiadores. A explicação, no entanto, gerou desconfiança entre moradores e lideranças locais. “Não existe campanha com seis ônibus rodando e só dois carros declarados. Isso é zombar da Justiça e do povo”, criticou o morador Bento Martins.

Além dessas ações, outras quatro denúncias estão em trâmite contra Marcio Folha (PP). Elas tratam de supostas práticas de compra de votos, abuso de poder econômico e político, e da transferência irregular de títulos eleitorais. De acordo com o presidente da Câmara Municipal, Walgney Ferreira (MDB), mais de 500 eleitores transferiram seus títulos para Palestina do Pará num curto período e deixaram a cidade logo após as eleições. “Veio muita gente de fora. Gente que a gente nunca viu aqui”, relatou o morador Arnaldo Amaral.

A moradora Aldenora Nunes também declarou ter sido alvo de tentativa de compra de voto. “Me ofereceram dinheiro pra virar de lado, mas eu não aceitei”, afirmou.

A AIJE que trata do uso da máquina pública está em fase final de instrução e será julgada pelo juiz Luciano Zcaliza, da Comarca de São João do Araguaia. Se as acusações forem confirmadas, o mandato de Marcio Folha poderá ser cassado e novas eleições convocadas no município.

A ex-candidata Railane Vieira, uma das vozes críticas ao processo eleitoral, destacou: “As urnas não estão refletindo a vontade do povo. Estão refletindo a força de quem manipula o sistema”.

Enquanto aguarda-se a decisão da Justiça Eleitoral, a população de Palestina do Pará convive com a incerteza e o sentimento de que a democracia local pode ter sido distorcida por interesses escusos.

Fonte: Portal Debate / Carajás em Foco / Jornal Folha do Progresso  e Publicado Por: Jornal Folha do Progresso em 23/04/2025/09:16:59

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